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História do domingo: Um ponto fora da curva

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Erga essa cabeça, mete o e vai na , manda essa tristeza embora. Basta acreditar que um novo dia vai raiar. Sua hora vai chegar.”


Realista Esperançoso

A frase é do Ariano Suassuna, que foi um dos maiores nomes da literatura e cultura brasileira. Mesclando o erudito com o popular, ele criou uma obra que é, ao mesmo tempo, profunda e acessível.

• Na citação, Suassuna expressa uma visão equilibrada sobre a forma como as pessoas podem encarar a vida.

Ao dizer que “o otimista é um tolo”, ele sugere que a pessoa que vê as situações apenas pelo lado positivo — desconsiderando os problemas e obstáculos — vive descolada da realidade.


No caso, “tolo” pode ser visto não apenas como alguém que ignora as dificuldades da vida, mas como um sonhador que se recusa a ver as sombras que dançam no chão.


Agora, ao dizer que “o pessimista é um chato”, Suassuna também critica quem foca apenas nos aspectos negativos, interrompendo o fluxo de alegria daqueles que sabem viver.


• A solução proposta pra esse dilema, então, é abandonar os extremos e ser um realista esperançoso.


Alguém que encara a realidade com lucidez, enxergando os desafios e as dificuldades que existem, mas também mantendo uma atitude positiva e esperançosa em relação ao futuro.


A ideia reflete uma abordagem mais madura da vida, em que se reconhece que o caminho é árduo, mas não se perde o ânimo e a coragem de continuar seguindo em frente.


Ainda que o ano que passou tenha sido difícil, nós sempre conseguimos esperar o melhor do futuro. Mesmo sem promessas, o amanhã pode ser feito de festa, de cor, de alegria.


A esperança, “sonho daqueles que estão acordados”, como dizia Aristóteles, é um remédio para quem tem fé na vida. Finalizando com Xande de Pilares, “basta acreditar que um novo dia vai raiar. Sua hora vai chegar.”


Um ponto fora da curva

(Baseado em uma história real)

A história de Thais e Bárbara é um ponto fora da curva. Não começou com promessas e nem seguiu o roteiro tradicional do amor. Nasceu de hiatos, deslizes e desencontros.


Elas se conheceram em 2021, se perderam no meio de outros relacionamentos, em momentos desalinhados e tentativas que não eram delas. Cada uma viveu o que pôde até a vida decidir que era a hora.

• Foi Bárbara quem fez o primeiro movimento, surgindo numa mensagem despretensiosa em resposta a um story — não te dá gastrite tomar todo esse café?

Thais respondeu, meio sem saber onde aquilo ia dar, mas sentiu a conversa deslizando fácil, como quem volta para uma língua que nunca esqueceu.


E foi dessa conversa que veio o convite para o primeiro encontro. Bárbara sugeriu um bar de rock que ela frequentava. A Thais não gosta de rock, mas topou mesmo assim.


No estacionamento, antes de descerem do carro, o ar ficou denso de uma expectativa que ambas já conheciam, mas nunca haviam admitido.


Foi a Thais, que nunca toma iniciativa, que se inclinou e a beijou primeiro. Não houve fanfarra nem trilha sonora; o mundo apenas se aquietou naquele instante preciso. Tudo o que veio antes parecia só ensaio.


Uma semana depois, foi a Bárbara quem, no mesmo carro, segurou o volante da história e pediu a Thais em namoro. Sem aviso, sem formalidades. Foi direto, como quem já não aguenta esperar mais nada.

• Thais costuma dizer que amar a Bárbara é como aprender a enxergar de novo, com olhos mais atentos.

Ela sempre foi meio cética com essas coisas, mas agora passou a perceber que existem pequenas epifanias na vida cotidiana.


Estar com a Bárbara é ver estrelas, como naquela primeira noite em que olhou pela janela e enxergou o céu brilhar mais forte. Ainda hoje, nos dias bons e ruins, essas estrelas continuam lá.


Foi ao lado da Bárbara, que a Thais enfrentou o momento mais difícil da sua vida: o diagnóstico de câncer de mama da sua mãe.


O mundo escureceu e ficou pequeno demais pra tanta dor. Mas a Bárbara estava ali, constante, transformando o medo em colo, lembrando que amar é segurar firme, mesmo quando tudo desaba.

• E foi mais leve. O peso continuou lá, mas ao lado da Bárbara, Thais aprendeu que a dor pode ser menos solitária.

Com a Bárbara, Thais também encontrou outro tipo de milagre. Ela nunca acreditou que seus pais entenderiam sua sexualidade, quanto mais aceitariam um relacionamento com outra mulher.


Mas a Bárbara atravessou essa ponte junto com ela. Aos poucos, o afeto venceu, e os pais da Thais passaram a amá-la também. Não como uma concessão, mas como quem finalmente abre os olhos para algo que sempre esteve ali.


Elas se pertencem nos detalhes. Nos filmes ruins que insistem em escolher, nos lanches cheios de todos os sabores de maionese da Vila Olímpia, nas noites de Pizza Hut e Big Mac.


No shopping, de mãos dadas, andando sem pressa. Nas partidas de Free Fire, onde são competitivas e bobas. E nas músicas do Luan Santana, que parece ter escrito cada verso como se tivesse espiado a história delas.

• Cantar essas canções juntas é quase um ritual — como se, por alguns minutos, o amor delas fosse uma melodia que não cabe em palavras comuns.

Não há manual para o jeito delas de amar. Elas inventam o caminho, tropeçam, dançam e continuam. Como se a única regra fosse essa: seguir juntas.


Porque no fim das contas, o amor delas não cabe em clichês ou moldes. É um amor raro, desses que não se explica nem se repete. É o lar que cada uma buscava sem saber.


E enquanto houver um pouco de céu, um verso do Luan ou uma estrela invisível pra seguir, Thais sabe que não precisa de mais nada. Ela está exatamente onde deveria estar: ao lado de Bárbara, com os pés no presente e as mãos no infinito.


Texto e imagens: The stories/Reprodução


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